O porteiro de Motel

Postado por tarciso Alves Em 19 julho, 2012 4 comentários

Não havia no povoado pior emprego do que 'porteiro de motel'.
Mas que outra coisa poderia fazer aquele homem?
O fato é que nunca tinha aprendido a ler nem escrever, não tinha
nenhuma outra atividade ou ofício.
Um dia, entrou como gerente do motel um jovem cheio de idéias,
criativo e empreendedor, que decidiu modernizar o estabelecimento.
Fez mudanças e chamou os funcionários para as novas instruções.
Ao porteiro disse:
- A partir de hoje, o senhor, além de ficar na portaria, vai preparar
um relatório semanal onde registrará a quantidade de pessoas que
entram e seus comentários e reclamações sobre os serviços.
- Eu adoraria fazer isso, senhor, balbuciou - Mas eu não sei ler nem
escrever.
- Ah! Quanto eu sinto! Mas se é assim, já não poderá seguir
trabalhando aqui.
- Mas senhor, não pode me despedir, eu trabalhei nisto a minha vida
inteira, não sei fazer outra coisa.

- Olhe, eu compreendo, mas não posso fazer nada pelo senhor. Vamos
dar-lhe uma boa indenização e espero que encontre algo que fazer. Eu
sinto muito e que tenha sorte.
Dito isso, deu meia volta e foi embora. O porteiro sentiu como se o
mundo desmoronasse. Que fazer?
Lembrou que no motel, quando quebrava alguma cadeira ou mesa, ele
a arrumava, com cuidado e carinho.
Pensou que esta poderia ser uma boa ocupação até conseguir um
emprego.
Mas só contava com alguns pregos enferrujados e um alicate mal
conservado.
Usaria o dinheiro da indenização para comprar uma caixa de
ferramentas completa.
Como o povoado não tinha casa de ferragens, deveria viajar dois dias
em uma mula para ir ao povoado mais próximo para realizar a compra. E
assim fez.
No seu regresso, um vizinho bateu à sua porta:
- Venho perguntar se você tem um martelo para me emprestar.
- Sim, acabo de comprá-lo, mas eu preciso dele para trabalhar, já
que..
- Bom, mas eu o devolverei amanhã bem cedo.
- Se é assim, está bem.
Na manhã seguinte, como havia prometido, o vizinho bateu à porta e
disse:
- Olha, eu ainda preciso do martelo. Porque você não o vende para
mim?
- Não, eu preciso dele para trabalhar e além do mais, a casa de
ferragens mais próxima está a dois dias de viagem, de mula.
- Façamos um trato - disse o vizinho.
Eu pagarei os dias de ida e volta, mais o preço do martelo, já que
você está sem trabalho no momento. Que lhe parece?
Realmente, isto lhe daria trabalho por mais dois dias. Aceitou.
Voltou a montar na sua mula e viajou.
No seu regresso, outro vizinho o esperava na porta de sua casa.
- Olá, vizinho. Você vendeu um martelo a nosso amigo.
Eu necessito de algumas ferramentas, estou disposto a pagar-lhe seus
dias de viagem, mais um pequeno lucro para que você as compre para mim,
pois não disponho de tempo para viajar para fazer compras.
Que lhe parece?
O ex-porteiro abriu sua caixa de ferramentas e seu vizinho escolheu um
alicate, uma chave de fenda, um martelo e uma talhadeira. Pagou e foi
embora. E nosso amigo guardou as palavras que escutara: 'não disponho
de tempo para viajar para fazer compras'.
Se isto fosse certo, muita gente poderia necessitar que ele viajasse
para trazer as ferramentas.
Na viagem seguinte, arriscou um pouco mais de dinheiro, trazendo mais
ferramentas do que as que já havia vendido.
De fato, poderia economizar algum tempo em viagens.
A notícia começou a se espalhar pelo povoado e muitos, querendo
economizar a viagem, faziam encomendas.
Agora, como vendedor de ferramentas, uma vez por semana viajava e
trazia o que precisavam seus clientes.
Com o tempo, alugou um galpão para estocar as ferramentas e alguns
meses depois, comprou uma vitrine e um balcão e transformou o galpão
na primeira loja de ferragens do povoado. Todos estavam contentes e
compravam dele.
Já não viajava, os fabricantes lhe enviavam os pedidos. Ele era um
bom cliente. Com o tempo, as pessoas dos povoados vizinhos preferiam
comprar na sua loja de ferragens, a ter de gastar dias em viagens.
Um dia ele lembrou de um amigo seu que era torneiro e ferreiro e pensou
que este poderia fabricar as cabeças dos martelos.
E logo, por que não, as chaves de fendas, os alicates, as talhadeiras,
etc ...
E após foram os pregos e os parafusos...
Em poucos anos, ele se transformou, com seu trabalho, em um rico e
próspero fabricante de ferramentas.
Um dia decidiu doar uma escola ao povoado.
Nela, além de ler e escrever, as crianças aprenderiam algum ofício.
No dia da inauguração da escola, o prefeito lhe entregou as chaves da
cidade, o abraçou e disse:

- É com grande orgulho e gratidão que lhe pedimos que nos conceda a
honra de colocar a sua assinatura na primeira página do livro de atas
desta nova escola.
- A honra seria minha, disse o homem. Seria a coisa que mais me daria
prazer, assinar o livro, mas eu não sei ler nem escrever, sou
analfabeto.
- O Senhor? disse incrédulo o prefeito. O senhor construiu um império
industrial sem saber ler nem escrever? Estou abismado. Eu pergunto:
- O que teria sido do senhor se soubesse ler e escrever?
- Isso eu posso responder, disse o homem com toda a calma: - Se eu
soubesse ler e escrever.. ainda seria o
PORTEIRO DO MOTEL!

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Valentin Tramontina

fundador das Indústrias Tramontina, que hoje tem 10 fábricas, 5.500
empregados, produz 24 milhões de unidades variadas por mês e exporta
com marca própria para mais de 120 países – é a única empresa
genuinamente brasileira nessa condição. A cidadezinha citada é Carlos
Barbosa, e fica no interior do Rio Grande do Sul.


Com força de vontade, e comprometimento conseguimos aquilo que desejamos.

Este texto quem nos enviou foi a Consultora Fernanda Salvadoretti da filial 25/ Recreio.

4 comentários :

Marcia Gracielle disse...

Belo texto, ele traduz que nada acontece por acaso, o que parecia ser impossivel se tornou uma idéia.É o que realmente precisamos em nossas vidas.Abraços...

Anônimo disse...

Quanto tempo a gente perde se preocupando com status, vaidades, orgulhos e ansiedades esquecendo de valores básicos e com verdadeiro valor para nossas vidas. Esse texto é realmente uma lição de vida!! Com força de vontade, fé e um pouco de decisão Tramontina conquistou tudo o que nem ele mesmo esperava. Parabéns pela escolha do texto Fernanda

Cristian Coicev - Consultor filial 25 - Recreio

Naira Marafoni - ADM Loja 15 disse...

Com esse texto percebemos que sempre há uma nova oportunidade,mesmo quando achamos que tudo está perdido e ficamos sem esperança,nada é por acaso,as coisas acontecem na hora que tem que acontecer.Por isso não devemos desistir nunca,mesmo com respostas negativas.

Anônimo disse...

TEXTO MUITO BOM,EXISTE SEMPRE UMA LUZ NO FIM DO TUNEL.BASTA QUEREMOS , E ACREDITARMOS E NO FINAL SEMPRE DA TUDO CERTO.
PATRICIA LOJA 15

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