Segunda Chance

Postado por Unknown Em 25 dezembro, 2012 0 comentários



Há uma propaganda antiga que eu adoro, a qual mostra algumas situações de “como teria sido se...”. Por exemplo: um homem senta ao lado de uma mulher no avião. Ele olha interessado, ela sutilmente demonstra que também está, mas ninguém faz nada. O filme avança e mostra os dois batendo papo animadamente, trocando cartões no desembarque e, mais tarde, jantando juntos. Mas é tudo um sonho. Na volta à realidade, os dois saem do avião sem se olhar, cada um pega sua mala e vai para seu lado, sozinho.

Quantas vezes na vida você terá uma segunda oportunidade? Primeiras oportunidades nós temos, e muitas. Entretanto, segundas chances verdadeiras e genuínas são raríssimas, sobretudo porque o que geralmente acontece é que a segunda oportunidade vem influenciada pela primeira.

Vejamos um exemplo do cotidiano: você não me conhece. Então, somos apresentados e eu, por descuido, faço um comentário que o incomoda. Você cria uma impressão negativa a meu respeito e, quando nos despedimos, leva essa impressão consigo. Será que eu terei uma segunda oportunidade? Talvez, mas precisarei trabalhar em dobro para desfazer a impressão inicial e revertê-la em algo positivo. E o pior: é possível que eu nunca tenha a oportunidade de reverter a situação e, assim, a impressão negativa ficará para sempre.

Acontece a mesma coisa com clientes? O tempo inteiro. Não só no atendimento, mas, principalmente, no aproveitamento de oportunidades. Lembro-me de uma vez que fiz “cliente oculto” numa rede de farmácias, muitos anos atrás. Eu chegava às farmácias contando que a empresa aérea havia extraviado minha mala e que eu iria passar uma semana na cidade, mas não tinha nem escova de dentes. Pedia ajuda ao balconista. A maioria fazia o quê? Trazia-me uma escova de dentes – e ainda ficava parada, olhando-me. Alguns me atingiam com as frases-bomba padrão: “Só isso?” ou “Mais alguma coisa?”.

Como eu era “cliente oculto”, dizia que não e só comprava quando a pessoa tomava claramente a iniciativa de me vender. Resultado: saí da maioria das lojas só com a escova de dentes. Não me ofereceram nem um creme dental! Não seria uma coisa óbvia oferecê-lo em uma situação dessas? O melhor caso me fez gastar R$300 na loja – uma única vendedora, supercompetente, motivada e interessada em ajudar. O restante? O corpo estava ali, mas a cabeça... estava em outro lugar. Chamar essas pessoas de vendedores é envergonhar a classe. Infelizmente, isso acontece todos os dias: há diversas oportunidades, mas a maioria delas é desperdiçada.

Sempre que realizo uma palestra aberta, convido o público a fazer um trabalho rápido de network no qual uma pessoa tem de se apresentar a outra. São dois minutos e, ao fim do exercício, pergunto quem conheceu alguém com quem pode fazer negócios, seja para comprar, seja para vender. Invariavelmente, dezenas de mãos se levantam.

Por que, numa sala cheia de vendedores, alguém precisa incentivar o contato entre eles? Por que isso não acontece naturalmente? Existe uma série de motivos, como educação, cultura, timidez, preguiça, etc, mas todos eles têm algo em comum: o indivíduo acha que essa oportunidade perdida é uma coisa natural. E não é! Muitas pessoas ali presentes talvez nunca mais se encontrem. Não haverá uma segunda chance de atender uma pessoa, ajudar alguém ou vender alguma coisa.

A impressão que fica é de que a maior parte das pessoas vive como se fosse haver uma segunda chance para tudo. É uma visão um pouco acomodada da vida, porque ser realmente bom na primeira oportunidade exige que você esteja atento o tempo inteiro.

Não espere uma segunda oportunidade para corrigir a primeira que não foi aproveitada adequadamente ou para tomar uma iniciativa. O mundo é de quem aproveita as chances e não de quem as deixa passar esperando por uma segunda ocasião. Seja inteligente e já aproveite a primeira. Pode ser que apareçam novas oportunidades? Talvez. Mas aquela ali, à sua frente, bem daquele jeito, nunca mais.
Boas vendas e ótima semana!

Retirado do site Venda Mais.

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